GESTÃO SUSTENTÁVEL DOS AQUÍFEROS

Captação de água subterrânea para o abastecimento público.

 

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) utiliza a água disponível nos mananciais subterrâneos, ou aquíferos, para abastecer a população de todas as regiões do Paraná. A extração desta água é feita após a perfuração de poços tubulares profundos. Atualmente estão em operação cerca de 1.000 poços perfurados em dez aquíferos: Cristalino, Karst, Furnas, Itararé, Rio Bonito, Paleozóico, Guarani, Serra Geral, Caiuá e Guabirotuba. Na utilização dos aquíferos, a Sanepar aplica as melhores práticas de sustentabilidade para garantir o abastecimento, por meio destes mananciais, às futuras gerações. Para tanto, monitora cada poço em operação.

 

1. Monitoramento de poços

Em atendimento à sua Política Ambiental, que estabelece entre outros compromissos o de conservar os recursos hídricos, a Sanepar implantou em 1998 o Plano de Monitoramento Quantitativo e de Avaliação das Condições de Exploração dos Poços em Operação. O monitoramento constante possibilita definir com maior precisão e confiabilidade as reservas disponíveis e os volumes que podem ser extraídos sem comprometer cada um dos mananciais.

O monitoramento pode ser:

• mensal: sonda manual, durante doze meses contados a partir do início da operação de cada poço.
• semestral: sonda manual, a partir do décimo terceiro mês de operação do poço.
• contínuo: sonda com transdutor de pressão e registrador automático. Usado para monitorar poços com altas vazões e interferências entre poços.

   
  
Foto Medição Manual de Nível Dinâmico  
 
Medidor de Nível Automático  

 

1.1 Monitoramento do Aquífero Karst

A extração da água do Aquífero Karst, pela Sanepar, para o abastecer os moradores dos municípios de Almirante Tamandaré, Bocaiúva do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Itaperuçu e Rio Branco do Sul foi objeto de profundos estudos hidrogeológicos e ambientais.

Em atendimento às Portarias de Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos emitidas ÁGUASPARANÁ, o monitoramento automático e instantâneo de 15 poços em operação pela Sanepar está disponível online, simultaneamente. Ou seja, em tempo real os gráficos apresentam as medições da vazão captada e da profundidade do nível da água em cada poço, atualizadas a cada 60 minutos, associadas ao limite de segurança estabelecido, denominado Nível Dinâmico Máximo Permissível (NDMP).

Com a aquisição dos dados automatizados e a transmissão das informações atualizadas, são elaborados gráficos dos dados de extração (NDQ - Nível Dinãmico e Vazão) de água do Aquífero Karst, conforme segue:

 

1.2 Monitoramento do demais aquíferos

As informações do monitoramento dos poços explorados pela Sanepar nos demais aquíferos são avaliadas anualmente. Para cada poço é emitido o Boletim de Avaliação das Condições de Exploração – (BACE). Após análise dos BACEs são estabelecidas as condições de exploração sustentável para cada poço em operação.

Boletim de Avaliação das Condições de Exploração (BACE).

 

2. Vulnerabilidade dos aquíferos à contaminação

Na grande maioria das cidades brasileiras os aquíferos sofrem, em maior ou menor grau, contaminação por nitrogênio, particularmente por nitrato - NO3. Os solos urbanos recebem nitrogênio principalmente de fossas sanitárias ou de redes de esgoto sem manutenção ou mal projetadas. Nas zonas rurais são contaminados pelo uso excessivo de fertilizantes, dos quais o nitrogênio é um elemento significativo.

Tão importante quanto as diretrizes para a universalização dos serviços de saneamento básico, para a melhoria da qualidade de vida da população, é o entendimento da poluição/contaminação dos mananciais superficiais e subterrâneos por esgoto doméstico. Quando a fonte de abastecimento de água são poços tubulares profundos, localizados principalmente nas sedes urbanas, é incompatível e inaceitável extrair e distribuir água contaminada pela ausência de uma ação efetiva do próprio agente concessionário do Sistema de Saneamento Básico e/ou usuários particulares que se utilizam desta fonte de abastecimento.

Segundo as formações geológicas do Estado do Paraná, o mapa abaixo demonstra a vulnerabilidade à contaminação e as unidades aquíferas de alta vulnerabilidade.

Os aquíferos são patrimônio de toda a sociedade. Todos os que os exploram seja para abastecimento público, atividades comerciais, industriais, agrícolas, turísticas, etc, devem atuar com responsabilidade, garantindo sustentabilidade, por meio da extração condizente com a capacidade de oferta, não de necessidade, e assegurando a devida proteção ambiental para toda a área de cada aquífero.