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Mulheres invadem áreas “masculinas” na Sanepar

04/03/2011

Nos últimos dez anos a Sanepar aumentou o número de mulheres em seu quadro funcional, passou de 679, em dezembro de 1999 (16,63%), para 1711, em dezembro de 2010 (23,07%). O grande diferencial ficou por conta das funções que passaram a exercer. Hoje não há nada que as mulheres não façam na empresa, desde atribuições com um perfil tradicionalmente feminino, como das secretárias e telefonistas, até os trabalhos que demandam força física, como o realizado pelas operadoras de estações de tratamento de esgoto.

Os exemplos estão em todo o Estado. Uma das pioneiras é a engenheira civil Mara Lucia Pereira Kalinowski, há 30 anos na empresa. Ela foi a primeira engenheira mulher em Londrina e a quarta a ser admitida pela Sanepar. Mara Lucia começou como estagiária da empresa, em 1977. Depois de formada passou um período em Curitiba e seguiu para Londrina quando houve uma grande expansão na rede de esgoto.

Em Foz do Iguaçu, as desbravadoras são Lia Cristina Ferreira e Charlene Fabrin, as duas únicas leituristas da região. Elas convivem diariamente com uma equipe de 18 homens, fazendo um trabalho que até pouco tempo era considerado exclusivamente masculino. Percorrem em torno de 10 quilômetros por dia, carregando o MCP (microcomputador portátil), enfrentando sol, chuva e cachorros. As duas concordam que, apesar do trabalho ser árduo, gostam muito do que fazem.

Os sistemas de tratamento de água também foram “invadidos” pelas mulheres. Nislaine Mafé, 27, é operadora de estação de tratamento de água (ETA) de Paranavaí desde 2008. Ela conta que algumas vezes trabalhou sozinha no turno da noite. “Isso nunca foi um problema”, diz.

Em Vera Cruz do Oeste, na região Oeste do Estado, está Carina Justino Ferreira, 23 anos, uma profissional multifuncional. Ela atua no serviço de atendimento ao público, no tratamento da água, escava a terra, faz ligações de água, procura vazamentos e conserta redes. Atende ainda os sistemas de Diamante do Oeste e de São Pedro do Iguaçu e os distritos de Ponte Nova e São Judas Tadeu. “O trabalho é pesado e muitas vezes sujo, mas me sinto em casa e, mesmo no meio da lama e da chuva, consigo dar boas risadas com os colegas de equipe”, conta.

Também de Vera Cruz do Oeste vem o exemplo de Veridiana Elizabete da Silva, operadora de estação de tratamento de esgoto há quatro anos. Ela faz a limpeza e manutenção das grades do esgoto, retirando panos, plásticos e outros materiais que não podem entrar na estação. A operadora ainda realiza a coleta de amostras do efluente tratado para encaminhar para a análise, e faz a limpeza do reator onde se processa o tratamento do esgoto.

Já em Apucarana fica a agente técnica de produção e gestora de processos da área de esgoto, Marisa Souza Plath, responsável pela elaboração da declaração de carga poluidora e do relatório do SQA – Sistema da Qualidade da Água - que mostra os resultados das análises de qualidade dos processos água e esgoto, realizados mensalmente. Ela monitora a operação e a realização de análises em oito estações de tratamento de esgoto, duas em Apucarana e as demais em cidades do Vale do Ivaí.

Mais exemplos na área de esgoto foram encontradas em Maringá, com as saneparianas Érica Khatlab Kuraoka, 28, e Keila Yulko Doi, 32, que começaram a trabalhar na empresa em 2006. Elas agora atuam no laboratório, mas não se recusam a ir a campo quando falta alguém na escala. “Sempre estou pronta para atender”, conta Érica.

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