A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) está investindo R$ 700 mil em pesquisa de vazamentos na rede de distribuição de água em 14 cidades da região de Arapongas. O trabalho deve reduzir as perdas do sistema e é direcionado especialmente para a investigação de vazamentos ocultos, quando a água não aparece sobre as calçadas e nas ruas. Por meio de equipamentos de geofone, técnicos realizam a escuta subterrânea e identificam ruídos que podem determinar o ponto exato do rompimento da rede. Os consertos são viabilizados por equipe destacada para atendimento prioritário.

O contrato teve início em abril na cidade de Rolândia. Em 30 dias, foram localizados cerca de 60 pontos de vazamentos. O gerente regional da Sanepar em Arapongas, Rodrigo Junqueira, explica que, além de viabilizar consertos de rede e ramais (interligação dos imóveis), os dados coletados em campo ajudam a definir quais os locais e tipos de equipamentos devem ser instalados para melhorar a operação da rede.

Segundo ele, nos próximos 12 meses, serão pesquisados 1.500 quilômetros. “Isto corresponde a quase 100% do nosso cadastro técnico e faz parte do esforço contínuo de melhoria. Além da diminuição das perdas físicas também nos ajuda a identificar irregularidades nas ligações e, por conseguinte, perdas de faturamento”, lembra o gerente.

NO CAMPO – Devidamente identificados e acompanhados por um fiscal da Sanepar, os técnicos percorrem as ruas pré-determinadas na escuta subterrânea. Eles também conferem os cavaletes, a pressão da rede e fazem sondagens nas calçadas e ruas com pequenas perfurações, a fim de identificar a umidade do solo, quando há suspeita de vazamento. Formulários ajudam a registrar o tipo de vazamento e de material da tubulação rompida, além das características e situação do hidrômetro. Os locais dos vazamentos são sinalizados com setas como referência para a equipe de consertos.

RESULTADOS – Este é o terceiro ano em que o trabalho de detecção de vazamentos é realizado na região de Arapongas. Em Primeiro de Maio foi encontrado um vazamento oculto de grande volume. Com o conserto, a Sanepar conseguiu o reequilíbrio no sistema distribuidor.

Em geral, a varredura da rede também fornece indicativos para a implantação de válvulas redutoras de pressão e anéis de distribuição em diversas cidades. Essas adequações resultam em melhor atendimento para clientes, especialmente os que moram nas regiões mais altas. Porecatu é um dos casos em que a pesquisa constatou que não havia nenhum vazamento importante no sistema. O estudo, no entanto, viabilizou um projeto de melhorias, com a delimitação de áreas do reservatório, instalação de macromedidores e estudos das unidades produtoras em vazão e volume. “Tudo isso, como um contraponto da pesquisa de vazamentos, que nos forneceu informações valiosas para melhorar os resultados”, explica o coordenador de Manutenção de Redes da Regional, Ulisses Lourenço. Ele destaca que a elaboração e implementação dos projetos de melhorias envolvem equipes técnicas das unidades de Projetos e Obras e de Manutenção Eletromecânica.