A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) participa do Grupo de Trabalho Saúde do Litoral, que será responsável por articular ações interinstitucionais para melhorar a qualidade de vida da população e proporcionar o desenvolvimento sustentável da região. Dividido em cinco câmaras temáticas, o grupo reúne representantes de órgãos estaduais, federais e municipais e terá reuniões periódicas em Paranaguá.

Segundo o secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, integrante do Conselho de Administração da Sanepar, para garantir a saúde integral da população não basta investir em construção de hospitais, aquisição de ambulâncias ou contratação de profissionais. "Questões relacionadas ao meio ambiente, trabalho ou saneamento básico, por exemplo, também impactam na saúde das pessoas", afirma Caputo Neto. "Devemos trabalhar sempre de forma integrada com outras instituições, levando em conta as particularidades de cada região e focando no apoio aos municípios, pois é onde a população vive."

Os representantes da Sanepar no Grupo de Trabalho Saúde do Litoral são os diretores João Martinho Cleto Reis Júnior (Investimentos) e Péricles Weber (Meio Ambiente) - o primeiro como titular e Weber como suplente. Martinho ressalta a importância da ação conjunta dos órgãos municipais, estaduais e federais, lembrando que a Sanepar vai atuar em todos os campos relacionados a saneamento. "Esta iniciativa traz uma nova visão de saúde pública", afirma.

O GT Saúde Litoral também tem a participação das secretarias de Estado da Saúde, Família e Desenvolvimento Social, Agricultura e Abastecimento, EcoParaná, Coordenação da Macrorregião do Litoral, Emater, Defesa Civil, Instituto Ambiental do Paraná, secretarias municipais de Saúde e órgãos federais.

O Litoral paranaense compreende sete municípios (Antonina, Guaraqueçaba, Guaratuba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná) e é um dos polos portuários mais importantes do País, destacando-se na exportação da safra nacional de grãos. Além disso, a região tem potencial para ampliar o turismo, principalmente com os projetos para colocar o Porto de Paranaguá na rota de navios internacionais de cruzeiros internacionais.

MONITORAMENTO - De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, os setores portuário e turístico influenciam diretamente na situação epidemiológica do Litoral. Desde o ano passado, a Secretaria da Saúde mantém um programa que monitora todos os agravos e doenças de origem ambiental com ocorrência na região. "Com base nos dados do Promar - Programa de Monitoramento de Agravos do Litoral do Paraná - é possível prever grande parte dos surtos e traçar medidas preventivas para evitar ou diminuir o número dessas ocorrências", disse Paz.

Durante a Operação Verão Paraná 2011/2012, os estudos do Promar indicaram em dezembro a possibilidade de um aumento no número de casos de acidentes com águas-vivas e caravelas nos municípios praianos. Com isso, a Secretaria da Saúde e o Corpo de Bombeiros tiveram tempo hábil para se preparar e organizar a retaguarda de atendimento aos banhistas. Durante os três meses de operação, foram registrados 20.473 casos de acidentes e nenhum óbito.

GRUPO - O GT será dividido em cinco câmaras temáticas: Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador, Vigilância Epidemiológica, Mortalidade Materna e Infantil, Vigilância Sanitária e Saúde do Viajante. É coordenador pela Secretaria da Saúde, em parceria com a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa). "Será um espaço de debate com reuniões ordinárias a cada 60 dias em Paranaguá", disse o titular da secretaria executiva do GT, Roberto Peixoto.

As reuniões serão na Appa, que prestará suporte administrativo e logístico para o grupo. "Nosso apoio mostra a preocupação e a responsabilidade social que temos em relação à população litorânea afetada pela zona portuária. Temos certeza que os resultados das discussões deste grupo serão sentidos em breve pelas pessoas", afirmou o chefe de gabinete da Appa, Sebastião Medeiros.

Para o vice-prefeito de Paranaguá, Fabiano Vicente Elias, a região litorânea não deve ser lembrada apenas durante a temporada de verão, quando há um grande fluxo de turistas. "O litoral paranaense é uma das dez regiões que mais crescem no Brasil. Em contrapartida, tem um dos piores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado", afirmou. "Este grupo é um grande passo para mudar esse panorama."