Engenheiros da Sanepar fazem relato da viagem ao Rio Grande do Sul
Profissionais contribuíram em várias frentes em municípios atingidos pelas enchentes
Depois de nove dias no Rio Grande do Sul, os engenheiros da Sanepar Lúcio Morelli, Getúlio Teixeira Neto e Robson Waltrick voltaram na última sexta (24) e relataram como foi levar apoio técnico aos sistemas de saneamento para os municípios de Canoas, Porto Alegre e São Leopoldo.
A ajuda da Sanepar ao estado gaúcho teve início em 6 de maio com o envio de 144 mil copinhos de água potável e, no dia seguinte, de cinco caminhões-pipa para ajudar na distribuição de água à população. O objetivo foi atender à demanda imediata de abastecimento público, uma vez que as inundações e a falta de energia elétrica interromperam o tratamento e a distribuição de água.
Os caminhões-pipa buscavam água potável em pontos indicados pelo Departamento Municipal de Água e Esgoto de Porto Alegre (DMAE) e faziam o transporte para abastecer locais prioritários, como hospitais, asilos e abrigos. Um dos locais abastecidos pelos caminhões da Sanepar foi o Asilo Padre Cacique, em Porto Alegre, uma das mais antigas instituições da capital gaúcha.
RECONSTRUÇÃO– Os engenheiros da Sanepar partiram no dia 16 de maio com a missão de ajudar a reconstruir os diques de contenção de enchentes de Porto Alegre, Canoas e São Lourenço, dar apoio à recuperação de equipamentos eletromecânicos das unidades de água e de esgoto e instalar sistemas provisórios de bombeamento da água das áreas alagadas.
Nessas cidades, a alta do nível dos rios provocou o rompimento dos diques, danificando e deixando submersas as bombas dos sistemas de drenagem urbana. A equipe da Sanepar se juntou a técnicos de outras empresas de saneamento, como as de São Paulo (Sabesp), Rio de Janeiro (Iguá), Minas Gerais (Copasa), do próprio Rio Grande do Sul (Corsan) e de Porto Alegre (DMAE).
Em Canoas, o grupo ajudou na instalação de duas bombas de grande porte – com capacidade de bombear 2.000 litros por segundo (l/s) cada – para a drenagem de áreas alagadas. Em Porto Alegre, o auxílio foi na instalação de três motores na Estação Elevatória de Esgoto Baronesa, para bombas capazes de recalcar em conjunto 500 l/s. Esses serviços foram realizados com técnicos da Sabesp e do DMAE de Porto Alegre.
Além do trabalho em campo, a equipe de saneparianos realizou duas apresentações técnicas ao DMAE. A primeira, sobre sistemas de comportas: importância da manutenção preventiva para o perfeito funcionamento, seguida de equipamentos apropriados para dar robustez ao sistema de proteção contra enchentes, na cidade de Porto Alegre. Na ocasião foram elencados vários fornecedores que projetam e instalam essas comportas em campo.
A segunda palestra abordou a instalação e disponibilidade de modelos de bombas anfíbias. Esses equipamentos são muito versáteis e indicados para operar em caso de alagamentos pois podem trabalhar tanto dentro como fora d’água. Foi abordada, também, a possibilidade de utilização de vários modelos de bombas submersíveis que apresentam excelente rendimento hidráulico e baixo consumo de energia, largamente utilizadas pela Sanepar.
LIMPEZA – Com a retomada das unidades operacionais de abastecimento no Rio Grande do Sul, a Sanepar manteve dois caminhões-pipa auxiliando no processo de distribuição de água e enviou cinco caminhões de hidrojateamento. Esses últimos estão sendo utilizados na limpeza das vias e espaços públicos.
DIAGNÓSTICO – No período em que estiveram no estado gaúcho, os engenheiros da Sanepar conheceram estações de tratamento de água e de esgoto, ainda submersas, sistemas de drenagem e equipamentos eletromecânicos em operação, e puderam, com isso, fazer um diagnóstico e sugerir soluções já adotadas pela Sanepar em barragens e em situações críticas de alagamento.
IMPACTO EMOCIONAL – Os três relatam que ficaram impactados com o cenário de destruição causado pelas chuvas e com a condição precária dos moradores. “A gente vê as notícias na televisão e, ao chegar lá, é bem pior. A situação nos emocionou muito. Pessoas muito simples precisando de ajuda”, afirma Getúlio. Para Lucio Morelli, foi uma experiência única e dolorosa entrar em contato com o sofrimento da população. “Nos causou impacto pessoal e profissional.”