Representantes da Sanepar, Copel e prefeituras alinham ações para garantir abastecimento de água em Londrina e Cambé
Atuação conjunta deve prevenir interrupções na produção do Sistema Tibagi e agilizar retomada da distribuição de água em caso de paradas emergenciais
Estabelecer estratégias para garantir regularidade no abastecimento de água tratada em Londrina e Cambé. Este foi o objetivo da reunião envolvendo representantes da Sanepar, Copel e das prefeituras das duas cidades nesta quinta-feira (11).
A reunião de cunho técnico foi direcionada para o desenho de ações conjuntas visando o pleno funcionamento do Sistema Produtor Tibagi, desde a prevenção de quedas de energia até o atendimento emergencial da população em situações emergenciais.
Uma revisão dos fenômenos atmosféricos ocorridos em novembro e os que estão previstos para dezembro foi apresentada pelo Coordenador de Operação na Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (SIMEPAR), Marco Jusevicius.
De acordo com ele, chuva com tempestades estão previstas para os próximos dias. Ele também afirmou que as condições climáticas de ventos superiores a 170 quilômetros por hora, registrado após os ciclones que atingiram o Paraná recentemente não tem registros nos últimos 30 anos. “Já tivemos ciclone bomba registrado em julho de 2020, mas foram com características diferentes e de menor impacto. Fenômenos atmosféricos como estes em pleno verão é raríssimo”, garantiu.
O diretor-presidente da Sanepar, Wilson Bley, participou da reunião de maneira remota, da sede em Curitiba, na companhia de outros diretores. Ele enfatizou o envolvimento de todos para restabelecer a segurança operacional do Sistema Produtor Tibagi, desde agilizar contratações de equipamentos, o fornecimento de caixas de água para famílias em situação de vulnerabilidade, novas escalas de pessoal e implementar planos preventivos diante de um novo contexto climático.
Participantes da reunião, como os secretários municipais de Obras de Londrina, Otávio Gomes, e de Cambé, Manoel Cícero dos Santos, defenderam a atuação conjunta já que as cidades são conturbadas, como a poda de árvores livrando as redes elétricas, facilitando o acesso de equipes para manutenções em estradas danificadas pelas chuvas e o suporte no atendimento com caminhões-pipa em caso de paradas no abastecimento de água.
O prefeito Tiago Amaral, também de maneira remota (videoconferência), reforçou o pedido para que seja restabelecida a normalidade no abastecimento de água em Londrina. “Não importa de quem é a culpa. O importante é construir um sistema que nos blinde de uma situação como esta visando garantir o abastecimento da população”, disse.
CONTEXTO – O Sistema Tibagi corresponde a 65% do volume de água produzido no Sistema Integrado Londrina-Cambé e vem sofrendo paradas não programadas desde o início de novembro, em função de quedas de energia. Além das paradas emergenciais, houve paradas programadas com paralisação ou redução da capacidade produtiva, em função de obras de melhoria na rede da Copel e, também, problemas eletromecânicos em equipamentos da própria Sanepar.
O ponto crítico do desabastecimento em Londrina e Cambé parte do tornado que atingiu o Paraná em 7 de novembro e que provocou queda de energia em dezenas de cidades, com a consequente interrupção no fornecimento de água. Nesta ocasião, no Sistema Tibagi ficou sem energia desde as 20h da sexta (7) até as 14h do sábado (8), afetando o abastecimento de água nas duas cidades.
A Copel está realizando uma obra de melhoria na rede que atende o Tibagi, visando ampliar a oferta de energia para unidades do sistema. A obra é necessária para permitir a captação e tratamento de água em capacidade máxima, com garantia de segurança operacional e ganho de mais de 25% na produção. Os serviços de interligações demandam três manobras com interrupção total e parcial, duas etapas foram realizadas em 23 e 30 de novembro. A terceira e última etapa está prevista para 18 de dezembro.
A obra consiste na construção de dois novos circuitos de média tensão, para o aumento de carga em três unidades do Sistema Tibagi
“Hoje nós trabalhamos com três conjuntos de motobomba, que produzem 1.800 litros de água por segundo. Com esta obra, a Sanepar poderá operar novas bombas, que já estão instaladas, e passa a trabalhar com 2.400 litros por segundo na produção Tibagi, o que representa uma ampliação de 25% na capacidade de produção do sistema”, explica o gerente geral da região Nordeste na Sanepar, Rafael Leite.
Ele destaca que a obra de melhoria no sistema elétrico trará dois benefícios principais: estabilidade na operação e ampliação da capacidade na captação e tratamento.
A obra soma R$ 6,1 milhões de investimento, dos quais R$ 1,2 milhão foram pagos pela Sanepar. O gerente de Operações de Campo da Copel na região Norte do Paraná, Douglas Bausewein, destacou a parceria entre as empresas, com foco no atendimento à população: “Tivemos uma reunião muito produtiva e esta união de esforços vai trazer melhorias importantes, tanto para Londrina quanto para Cambé. Estamos falando de novos circuitos alimentadores dedicados exclusivamente às unidades da Sanepar, o que vai atribuir maior robustez ao sistema”.