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Gestão de Emissões de Gases de Efeito Estufa

Os Gases de Efeito Estufa (GEE) são compostos gasosos capazes de absorver radiação na frequência do infravermelho, aprisionando calor na atmosfera. Ao reter calor, e à medida que as atividades humanas contribuem para o rápido aumento de suas concentrações na atmosfera, os GEE causam a ampliação do efeito estufa, causando o aquecimento global.

Aproximadamente 30% da radiação solar que atinge a Terra é refletida de volta para o espaço. Dos 70% restante, a maior parte é absorvida pelo solo e pelos oceanos e uma fração residual é absorvida pela atmosfera. Os GEE mais relevantes são: o vapor de água (H2O), o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).

Emissões de GEE no saneamento

O tratamento de efluentes domésticos tem como objetivo remover os poluentes, de forma a adequar o lançamento a uma qualidade desejada ou ao padrão de qualidade vigente.
Durante o tratamento anaeróbio de efluentes domésticos, os gases CO2, CH4 e N2O são emitidos para a atmosfera. A produção de metano ocorre durante a decomposição anaeróbia do efluente ou do lodo. Já a produção de N2O ocorre durante os processos de nitrificação e desnitrificação do nitrogênio presente no afluente em plantas aeróbias. As emissões de N2O também ocorrem de forma indireta quando o efluente é lançado no corpo hídrico.

Além do tratamento de efluente, outras atividades da Sanepar emitem GEE, são elas: coleta e disposição de resíduos sólidos urbanos, consumo de combustível em equipamentos estacionários ou na frota móvel, emissões fugitivas em equipamentos de apoio como ar-condicionado e refrigerador e consumo de energia elétrica.

Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa

Para se chegar à quantidade de emissões GEE, é necessária a elaboração de INVENTÁRIOS, que permite conhecer o perfil e realizar um diagnóstico das emissões e possibilitará estabelecer estratégias para efetiva gestão das emissões de GEE.
Além de diagnosticar as fontes de emissões e ser uma ferramenta para gestão interna de GEE, um inventário de GEE é um relatório importante que pode ser utilizado para reporte em programas voluntários de GEE, participação em mercados de créditos de carbono e até mesmo como reconhecimento de uma iniciativa voluntária antecipada.

Cada gás de efeito estufa é capaz de reter calor em determinada intensidade, sendo que tal capacidade pode ser comparada à capacidade do dióxido de carbono de realizar a mesma função. Essa relação pode ser expressa através do potencial de aquecimento global de cada gás, ou GWP (Global Warming Potential, em inglês), sendo estes valores de referência apresentados nos relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas – IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change, em inglês).

Gestão de emissões e Plano de Mitigação

Para que o IGEE seja confiável e apresente menos incertezas, é importante que haja procedimentos rigorosos na coleta e análises de dados operacionais. Para isso, há procedimentos estabelecidos para coleta e envio de dados, além do monitoramento das emissões de GEE, por meio de indicadores de eficiência e intensidade carbônica.

Além disso, a Sanepar possui um manual que define as diretrizes e atribuições para gerenciar as emissões de gases de efeito estufa, a qual faz parte de um processo maior dentro do Plano Estratégico de Mitigação de GEE e Adaptação às Mudanças Climáticas, o qual foi elaborado após uma análise dos riscos e oportunidades, baseado na metodologia reconhecida pelo mercado financeiro, Task Force on Climate-Related Financial Disclosures (TCFD).

A Sanepar acompanhou todo o andamento para implantação do mercado de carbono no Brasil, que resultou na Lei nº 15.042/2024 com articulação setorial e participação na Câmara Técnica da ABES.

Nos últimos anos, a Sanepar avançou, ainda, na área de geração distribuída de energia limpa, tanto por meio do uso de placas solares fotovoltaicas, quanto do uso energético do biogás oriundo dos reatores anaeróbios e da energia hidráulica excedente disponível na adutora que leva a água até o reservatório. Além disso, desenvolveu ações para aumentar a eficiência energética e migração de algumas unidades consumidoras para o mercado livre de energia.

O setor tem um grande desafio em atender as metas do Novo Marco, estar preparado e resiliente para eventos climáticos severos e ainda reduzir as emissões de GEE nos processos de tratamento de efluentes. Há necessidade de ampliar os estudos e discussões sobre emissões factíveis a serem mitigadas e de um nível econômico de emissões residuais do setor de saneamento. O tema é bastante desafiador para o setor, que realiza debates sobre a regulação, respeitando a modicidade tarifária e justificando que a Sanepar ainda não possui uma meta de redução de GEE estabelecida.

Histórico de Emissões da Sanepar

Aqui você pode acompanhar o histórico da Sanepar junto ao Registro Público de Emissões.

Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (IGEE)

A Sanepar quantifica e qualifica suas emissões por meio de um Inventário de GEE, desde 2010 publicado na plataforma do Programa Brasileiro GHG Protocol. Em 2024, o IGEE foi novamente verificado e reconhecido com o Selo Ouro.

Saiba mais

Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (IGEE)

Selo Ouro do Programa Brasileiro GHG Protocol

Jornada Sanepar

No IGEE relativo ao ano de 2023 foram mantidas as melhorias metodológicas realizadas anteriormente. Os IGEEs seguem o método do IPCC e as diretrizes definidas pelo Programa Brasileiro GHG Protocol, desenvolvidas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com World Resources Institute (WRI). Em 2023, seguindo as atualizações da Ferramenta do GHG Protocol, foram adotadas as orientações do Guia IPCC 2019. Mais detalhes sobre a metodologia estão descritas no  Inventário de Gases de Efeito Estufa Sanepar 2023 disponível no final desta página.

No Congresso da ABES em Belo Horizonte em 2023, a Sanepar em coautoria com outras empresas de saneamento, apresentou a revisão de metodologia de estimativa de gases de efeito estufa oriundos do tratamento de esgoto sob a ótica de empresas de saneamento. O estudo teve por objetivo revisar e adaptar as metodologias existentes para estimar as emissões de gases de efeito estufa durante o tratamento de esgoto em estações de tratamento, visando o enfrentamento das mudanças climáticas. O trabalho pode ser consultado no final desta página.

Como ação de engajamento setorial, a Sanepar promoveu junto com outros players do setor e ABES um Workshop sobre os desafios da gestão do carbono e mudanças climáticas.

Potencial de redução de GEE

Todos os IGEE já elaborados apontam que a atividade da Sanepar que mais emite GEE é o tratamento de efluentes, responsável por mais de 90% das emissões diretas, por isso ações de mitigação nessa categoria resultam num resultado mais efetivo.

O percentual de redução de emissões nas Estações de Tratamento está diretamente relacionado: (a) a quantidade de ETEs equipadas com queimadores com ignição automática, (b) o percentual de perdas de metano no meio líquido, (c) a eficiência de queima dos queimadores que é aplicada sobre o percentual de metano recuperado e (d) o tempo de funcionamento do equipamento, quando não estava parado em manutenção.

A Sanepar procura manter todos os queimadores funcionando, além de adotar o aproveitamento energético do biogás nas maiores plantas. Estudos do potencial de redução das emissões são realizados para incentivar e planejar ações mais efetivas de mitigação de GEE.